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Maioria dos estudantes do ensino médio têm interesse em cursar ensino superior


O Serviço Social da Indústria (SESI) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) encomendaram ao Instituto FSB Pesquisa uma pesquisa singular no país, que reuniu mil alunos de escolas da rede pública de São Paulo e do Mato Grosso do Sul e da rede SESI que já estão experimentando a nova estrutura curricular prevista na Lei 13.415/2017, bem como mil estudantes do currículo tradicional, de maneira proporcional ao Censo Escolar nos critérios estado, condição do município e rede de ensino.


O ineditismo da pesquisa é justamente o contato com alunos que já estão no novo modelo de ensino médio, totalizando, juntamente com os demais, entrevistas com 2 mil jovens estudantes.


Fato que parcela significativa dos jovens brasileiros entende que, com o Novo Ensino Médio, as escolas irão formar pessoas mais preparadas para as demandas e desafios do mercado de trabalho e os que já vivenciam o novo modelo o veem como positivo e estão mais satisfeitos com a escola e otimistas com o futuro profissional.


A inclusão de atividades voltadas para o projeto de vida do estudante e a integração da Formação Técnica e Profissional (FTP) são as mudanças mais bem avaliadas.


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Desejo de ingressar no ensino superior


A pesquisa revela alto interesse dos jovens - mais exatamente 91% deles - pelo ensino superior, o que é bastante animador em razão dos efeitos da crise da covid-19, que afetou a permanência dos estudantes brasileiros nas escolas e faculdades. Pesquisa de abril desse ano, por exemplo, da C6 Bank/Datafolha, mostra que 4 milhões de brasileiros abandonaram a escola já no primeiro ano de pandemia Covid-19. Os dados foram coletados no período entre 30 de novembro e 09 de dezembro de 2020, ouvidas 1670 pessoas das redes pública e privada.


A taxa de abandono escolar ficou em 8,4% e 17,4% dos estudantes não pretendiam voltar no ano de 2021, sendo que o pior índice de abandono escolar ocorreu justamente no ensino superior (16,3%), tendo como principal causa as dificuldades financeiras.


Na pesquisa hora analisada é justamente a necessidade de trabalhar o que mais ameaça a continuidade dos estudos, trabalho que já é realidade para boa parte dos entrevistados, quase sempre na informalidade.


A falta de interesse pelos estudos também sempre foi relatada como motivo para a evasão escolar (para 6% dos estudantes do Ensino Médio tradicional, a insatisfação com a metodologia de ensino seria um motivo para sair da escola) e esse problema não foi reportado pelos estudantes do Novo Ensino Médio.


Nos dois grupos de entrevistados, o itinerário de Formação Técnica e Profissional (FTP) é o mais escolhido entre as cinco opções. Os alunos que optarem pela FTP receberão, ao fim dos três anos, o certificado de formação técnica e também escolar – ambos incluídos na carga horária do novo ensino médio regular.


Depois da FTP, os itinerários mais escolhidos são os de Linguagens, Ciências Humanas, Ciências da Natureza e Matemática e essas escolhas são baseadas no desejo de ingresso no mercado de trabalho, na afinidade com o curso superior pretendido e no desenvolvimento de competências específicas em uma área.


Achados relevantes da pesquisa


Presente


  • 61% dos alunos que estão cursando o Novo Ensino Médio avaliam positivamente o modelo: eles entendem que ele pode facilitar o primeiro emprego devido ao currículo mais específico, que traz mais conhecimento e é compatível com área profissional desejada; ou seja, traz mais capacitação;

  • 73% desses estudantes entendem que o potencial do Novo Ensino Médio para melhorar a qualificação profissional do Brasil é grande ou muito grande;

  • 77% dos alunos do novo ensino médio estão muito satisfeitos ou satisfeitos com a escola e 78% estão muito otimistas e otimistas com futuro profissional. Entre os estudantes do currículo tradicional, os percentuais são 70% e 68%, respectivamente;

  • 26% dos estudantes escolhem o itinerário de Formação Técnica e Profissional (FTP): ele é o mais escolhido entre as cinco opções e seguido por Linguagens (20%), Ciências Humanas (18%), Ciências da Natureza (16%) e Matemática (11%). A motivação dos estudantes neste processo de escolha é o interesse em ingressar no mercado de trabalho logo após ensino médio (31%) e a afinidade com o curso superior que desejam fazer (28%);

  • Entre os alunos que escolheram o itinerário de FTP, a área de Informação, Comunicação e Tecnologias (26%) aparece em primeiro lugar, seguida pelas áreas de Negócios, Administração e Direito (24%), Saúde e bem-estar (17%), Engenharia, Manufatura e Construção (15%) e Serviços (12%);

  • 17% dos alunos do modelo tradicional já consideraram deixar a escola; entre os estudantes do novo ensino médio, o percentual é de 13%;

  • Precisar trabalhar é o principal motivo para cerca de um terço dos estudantes cogitarem deixar a escola; a insatisfação com a metodologia de ensino (6%) só apareceu para os estudantes do modelo tradicional nesta pesquisa.

  • 26% dos estudantes já exercem alguma atividade remunerada atualmente e, destes, 32% são informais;

  • Na opinião de 28% dos estudantes do ensino médio, a falta de experiência é a principal dificuldade para o jovem conseguir emprego no Brasil, seguida pela pouca formação ou qualificação (17%) e falta de oportunidade (12%);


Futuro


  • 84% concordam totalmente ou em parte que o Novo Ensino Médio tem o condão de desenvolver os conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias para os jovens;

  • 83% concordam totalmente ou em parte que o Novo Ensino Médio poderá fortalecer o protagonismo dos jovens ao possibilitar a escolha da área que desejam aprofundar seus conhecimentos;

  • 83% concordam totalmente ou em parte que, com o Novo Ensino Médio, as escolas brasileiras irão formar jovens mais preparados para os desafios e demandas do atual mercado de trabalho;

  • 81% concordam totalmente ou em parte que o Novo Ensino Médio deverá promover o aumento da qualidade do ensino no país;

  • 76% concordam totalmente ou em parte que o Novo Ensino Médio vai contribuir para maior interesse dos jovens em continuar frequentando a escola;

  • 84% dos estudantes do ensino médio têm interesse na educação profissional e 91% têm interesse em cursar ensino superior;

  • 86% avaliam como muito importante ou importante o fato da Formação Técnica e Profissional ser uma alternativa para o aluno dentro da carga horária do ensino médio regular;

  • Ter emprego formal registrado em carteira é um dos grandes desejos de metade dos estudantes (50%) brasileiros e, por fim;

  • 35% dos estudantes avaliam que empreender será mais atraente no mercado de trabalho no Brasil.


O novo ensino médio


O Brasil vem caminhando no desenho da arquitetura curricular do novo ensino médio. Aos poucos e com o apoio da Frente Currículo e Novo Ensino Médio do CONSED, existe a mobilização das equipes estaduais de currículo e as unidades federativas vão aprovando seus currículos nos respectivos Conselhos de Educação.


O Mato Grosso do Sul, lugar de origem de parte dos estudantes entrevistados, já tem 122 escolas da Rede Estadual de Ensino seguindo as diretrizes do novo modelo de Ensino Médio, que deverá ser implantado em 100% das unidades do Estado em 2022.


O Estado de São Paulo também já começou a implementar o seu currículo desta etapa e vários estados estão com seus referenciais curriculares entregues aos respectivos conselhos na etapa final de consulta pública ou na revisão, após leituras críticas especializadas.


O Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais também já se manifestou favorável à homologação do Currículo Referência do Ensino Médio, o que foi confirmado pela Secretaria de Estado de Educação. A implementação da proposta será gradual, de toda forma: em 2022, o novo ensino médio será realidade nas escolas que oferecem o 1º ano dessa etapa de ensino; em 2023, alcança as turmas do 1º e 2º anos, e em 2024, será efetivado nos 1º, 2º e 3º anos.


Enfim, 23 dos 27 estados estão com currículos de referência enviados aos Conselhos para aprovação e 66.7% dos estão com seus currículos homologados. Aos poucos o projeto estará incorporado nas redes de todo o país.


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