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Ana Luiza Santos e Edgar Jacobs

Documento aponta habilidades e o que os professores precisam desenvolver em relação à tecnologia

Atualizado: 26 de set.

A ONG ISTE (International Society for Technology in Education) produziu um documento que detalha as habilidades e características dos professores talentosos e o que eles precisam desenvolver em relação à tecnologia. Os referenciais foram redigidos a partir de pesquisas em neurociência.


A respeito da ONG produtora do material, é uma comunidade norte-americana de educadores que entendem o poder da tecnologia para transformar o ensino e a aprendizagem, acelerar a inovação e resolver problemas difíceis na educação. Ela se intitula uma facilitadora na criação de soluções e conexões que melhoram as oportunidades para todos os estudantes, fornecendo orientação prática, aprendizagem profissional baseada em provas, redes virtuais e eventos provocadores de pensamento.


Pois bem, o material tem conteúdo sobre estudantes, educadores, líderes, formadores e também menciona as competências de pensamento computacional sugeridas para educadores. Vamos focar nas habilidades desejadas dos educadores enquanto profissional capacitado, cidadão, líder, colaborador, designer, facilitador e analista. Lembrando que esses termos são parâmetros utilizados pela ONG como uma estrutura de referência na prática educacional e, nos seus dizeres, para o planejamento da melhoria escolar e desenvolvimento profissional.


Pois bem: o educador, enquanto profissional capacitado, sempre será um aprendiz. Ele está continuamente aperfeiçoando sua prática pedagógica, aprendendo com outros professores e explorando ideias testadas e promissoras que fazem uso da tecnologia para melhorar o aprendizado do aluno.


Os educadores definem metas de aprendizagem profissional para explorar e aplicar abordagens pedagógicas possibilitadas pela tecnologia e refletem quanto à sua eficácia. Estão em busca das suas metas profissionais e criam e participam ativamente de redes de aprendizagem locais ou globais. Mais a mais, estão sempre atualizados sobre pesquisas que demonstram avanço no processo de ensino-aprendizagem e utilizam esse conhecimento para enriquecer a sua prática.


Enquanto cidadãos, nos termos do documento, inspiram seus alunos a contribuir positivamente e a participar do mundo digital com responsabilidade. Eles:


  • Criam experiências nas quais os alunos têm oportunidades de contribuir na construção de projetos que promovem empatia, responsabilidade social e conexão entre membros de uma comunidade;

  • Estabelecem uma cultura de aprendizagem que promove a curiosidade e a leitura crítica de recursos online, e incentivam o letramento e a fluência midiática;

  • Monitoram os alunos na prática segura, ética e legal das ferramentas digitais e ajudam os alunos a proteger direitos de propriedade intelectual;

  • Estabelecem modelos e promovem a gestão de dados pessoais e de identidade digital, e protegem a privacidade dos dados dos alunos.


Os professores que são líderes habilidosos buscam oportunidades de liderança para apoiar seus alunos em sua transformação digital e melhorar o processo de ensino-aprendizagem. Eles têm a capacidade de modelar, oportunizar e acelerar a construção de uma visão compartilhada para o ensino do uso das ferramentas digitais envolvendo os tomadores de decisões.


Além disso, defendem a acessibilidade à tecnologia educacional, ao conteúdo digital e a oportunidades de aprendizagem para atender às diversas necessidades de todos os estudantes e também demonstram para colegas como identificar, testar e fazer a curadoria e a adoção de novos recursos digitais e de ferramentas de aprendizagem.


O docente também pode atuar como um catalisador de aprendizagem, ou seja, um colaborador. Neste ponto, ele vai dedicar tempo para colaborar com os colegas e alunos para melhorar a prática, descobrir e compartilhar recursos e ideias e resolver problemas.


O professor colaborador dedica tempo de planejamento para colaborar com os colegas para criar experiências de aprendizagem autênticas que alavancam a tecnologia. Colabora e aprende com os alunos para descobrir e usar novos recursos digitais e tecnologia e para diagnosticar e fazer os ajustes necessários quando surgirem desafios no uso de determinadas tecnologias. Também usa ferramentas colaborativas para levar a aprendizagem para a realidade dos estudantes e ajudá-los a resolver desafios reais e a expandir a sua capacidade de intervir positivamente nas suas realidades locais ao trazer especialistas e outros estudantes, locais ou de outras localidades do mundo, de forma remota. Ele sabe se comunicar com alunos, pais e colegas, e interage e trabalha colaborativamente com todos para melhorar a experiência de aprendizagem dos alunos.


O documento também menciona os professores designers, que são aqueles que planejam atividades autênticas e centradas nos seus alunos. Desenham aulas e ambientes autênticos pensando no seu público e em suas necessidades e peculiaridades. Aqui também podemos defini-los pelas seguintes características:


  • Usam tecnologia para criar, adaptar e personalizar experiências de aprendizagem que fomentam o protagonismo estudantil e acomodam as necessidades e os interesses específicos dos seus alunos.

  • Planejam atividades autênticas alinhadas com o currículo escolar e usam ferramentas digitais para maximizar a aprendizagem profunda.

  • Exploram e aplicam os princípios do design instrucional para criar ambientes inovadores de aprendizagem digital que promovam e apoiem a aprendizagem.


Os professores facilitadores, por sua vez, são aqueles que facilitam o aprendizado com tecnologia para apoiar o aluno. Promovem uma cultura em que os alunos se responsabilizam, individualmente ou como parte de um grupo, por seu aprendizado e por seus resultados. Gerenciam o uso da tecnologia e estratégias de aprendizagem do aluno em plataformas digitais, ambientes virtuais ou em campo; criam oportunidades de aprendizagem que desafiam os estudantes a usar um processo de design e/ou pensamento computacional para inovar e resolver problemas e modelam e incentivam a criatividade e a expressão criativa para comunicar ideias, conhecimentos ou conexões.


Por fim, temos os professores analistas, que são aqueles que entendem e usam dados para orientar sua instrução e dar suporte aos alunos na realização de seus objetivos de aprendizagem. De acordo com o guia da ONG ISTE, eles:


  • Apresentam maneiras alternativas para os alunos demonstrarem competência e refletirem sobre seu aprendizado com a tecnologia.

  • Usam a tecnologia para projetar e implementar uma variedade de métodos formativos e avaliações somativas que acomodam as necessidades do aluno, fornecem feedback oportuno e dão orientações; e

  • Usam dados de avaliação para orientar o progresso e se comunicar com alunos, pais e partes interessadas na educação para incentivar o protagonismo estudantil.


Por fim, é importante que os professores em todo o mundo desenvolvam competências de pensamento computacional. Segundo a International Society for Technology in Education, eles têm a responsabilidade de preparar os alunos para o sucesso em um futuro em que o poder da computação sustenta todos os aspectos dos sistemas que encontramos em nosso cotidiano.


É fato que garantir que cada aluno entenda e seja capaz de aproveitar o poder da computação para melhorar seu sucesso em suas atividades pessoais, acadêmicas ou profissionais é uma meta ambiciosa, mas quando se integra o pensamento computacional à sala de aula, os professores podem ajudar os alunos a desenvolver habilidades de pensamento crítico e resolução de problemas e capacitá-los para o sucesso não só como alunos de ciência da computação e pensadores computacionais, mas também de outras áreas.


Os trechos do documento que apresentamos é um conjunto de referenciais ISTE Standards (“Parâmetros ISTE”), cuja versão em português foi realizada em parceria entre a Embaixada e Consulados dos EUA no Brasil e a Casa Thomas Jefferson, em Brasília. Ele aponta recomendações para o cotidiano do educador, o planejamento da melhoria escolar, o desenvolvimento profissional e o desenho e a implementação de novos currículos. Sugerimos acessar o texto integral para obter o material completo.


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