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Gestão escolar e inteligência artificial generativa

O Departamento de Educação do Reino Unido se comprometeu a apoiar um plano de ação para inserir, de maneira segura, eficaz e com a infraestrutura correta, a inteligência artificial generativa na educação básica e no ensino superior, fazendo com que a tecnologia colabore com o desenvolvimento das habilidades necessárias para o desenvolvimento dos estudantes.  


Para os gestores públicos britânicos, a IA tem o poder de transformar a educação, ajudando os professores a se concentrarem no ensino propriamente dito. A colaboração inicial na força de trabalho da educação pode ser vislumbrada quando a técnica reduz alguns encargos administrativos que professores, funcionários e gestores enfrentam em suas funções diárias.


Pesquisas também demonstram que a IA generativa pode ser usada para tarefas como feedback e suporte personalizado nas instituições de ensino.


O material publicado no site do governo faz o alerta de que ainda estão surgindo evidências sobre os benefícios e riscos de seu uso direto e constante pelos estudantes e que, portanto, continuarão a trabalhar com o setor educacional para desenvolver a compreensão de casos de uso eficazes e seguros.


Uma nova era


A IA é a tecnologia que define a nossa era e está evoluindo a uma velocidade assustadora. Nós já a utilizávamos há um bom tempo para filtragem de spam por e-mail, em sistemas de recomendação de mídia, aplicativos de navegação e, um pouco mais recentemente, em chatbots online.


No momento, as ferramentas são utilizadas para produzir conteúdo de toda sorte, criando oportunidades e desafios para o setor educacional.


Em uma escalada tecnológica, a IA generativa vem nos permitindo


  • responder perguntas;

  • completar tarefas escritas;

  • gerar imagens, texto ou códigos;

  • responder a solicitações de forma humana;

  • criar áudios;

  • criar simulações; e

  • criar vídeos.


É preciso que toda instituição de ensino considere os riscos e desafios juntamente com as oportunidades e benefícios; continue a trabalhar para garantir a segurança e a fiabilidade da tecnologia, incluindo ferramentas de IA, para apoiar professores e alunos, abordando com constância os limites ético de seu uso.


No material publicado pelo governo do Reino Unido fala-se em evidências limitadas sobre o impacto do uso da IA ​​na educação e no desenvolvimento dos alunos, na relação do uso da IA ​​e os resultados educacionais, e nas implicações de segurança de crianças e jovens que usam essa tecnologia na sala de aula.


A partir do que já é conhecido, a sugestão é que a IA generativa seja utilizada para:


  • criação de recursos educacionais;

  • planejamento de aulas e currículos;

  • atividades de feedback e revisão personalizadas;

  • tarefas administrativas; e

  • apoio a aprendizagem personalizada.


Quando usada adequadamente, a IA generativa tem o potencial de reduzir a carga de trabalho em todo o setor educacional e liberar o tempo dos professores, permitindo que eles se concentrem em oferecer um ensino melhor.


Perceba que a tecnologia ainda não tem sido aceita para produzir material de leitura para os estudantes, material complementar de ensino ou construir questões de prova. Inclusive, é preciso ser bastante cuidadoso, pois o conteúdo executado pela IA generativa pode ser:


  • impreciso;

  • inapropriado ou inseguro;

  • enviesado;

  • tirado do contexto;

  • tirado sem permissão (violando propriedade intelectual);

  • desatualizado ou não confiável;

  • de baixa qualidade.


O que é perceptível é que o uso de IA generativa por parte dos professores gera mais benefícios do que riscos. Caso as instituições de ensino optem por permitir que alunos façam uso da tecnologia, devem ser cuidadosas quanto as responsabilidades legais, incluindo aquelas relacionadas a proteção de dados, segurança infantil e direito de propriedade intelectual.


Eles também devem considerar possíveis impactos na aprendizagem, a importância do relacionamento professor-aluno e os riscos de preconceito e desinformação.


Professores, líderes e funcionários devem usar seu julgamento profissional ao utilizar essas ferramentas. Qualquer conteúdo produzido exige julgamento crítico para verificar sua adequação e precisão. A qualidade e o conteúdo de qualquer documento final são de responsabilidade do profissional que o produziu e da organização à qual pertence, independentemente das ferramentas ou recursos utilizados.


Ferramentas de IA generativa podem tornar trabalhos escritos mais rápidos e fáceis, mas não podem substituir o julgamento e o conhecimento do assunto de um especialista humano. Da mesma forma, a tecnologia jamais deve substituir o relacionamento entre professores e alunos.


Segurança


A segurança, a critério do Departamento de Educação do Reino Unido, deve ser a principal prioridade quando da decisão do gestor se se deve ou não usar a IA generativa no seu ambiente educacional


Qualquer uso da tecnologia por funcionários, professores e alunos deve ser cuidadosamente considerado, avaliando os benefícios e riscos de seu uso. A utilidade pretendida deve ser bem especificada e devem ser apresentados de maneira clara que os benefícios devem superar os riscos. Considerações diferentes também devem ser feitas dependendo se as ferramentas de IA serão utilizadas por funcionários ou alunos, especialmente se menores de 18 anos.


Avaliações de risco devem incluir planos para mitigar casos de uso não autorizados.


Recomendações


Bastante interessante é que o material, embora afirme que a decisão é das instituições de ensino, recomenda que escolas e faculdades optem por ferramentas de IA apenas para professores ou apenas para tarefas administrativas.


Há a alternativa para o uso das ferramentas pelos estudantes, mas apenas em disciplinas, anos letivos ou fases específicas, sendo somente em ambientes educacionais com salvaguardas adequadas, como supervisão rigorosa e recursos de segurança, filtragem e monitoramento.


Para qualquer uso de IA, escolas e faculdades devem:


  • cumprir com as restrições de idade definidas pelas ferramentas de IA e LLMs de acesso aberto;

  • considerar a segurança online, incluindo IA, ao criar e implementar a abordagem da escola ou faculdade para proteção e políticas e procedimentos relacionados;

  • manter as crianças seguras;

  • garantir sistemas apropriados implementados, incluindo abordagens de filtragem e monitoramento.


Manter as crianças seguras nas instituições de ensino significa, acima de tudo, conhecer suas responsabilidades no que diz respeito à limitação da exposição das crianças aos riscos do sistema de TI da escola ou faculdade e rever e fortalecer a sua segurança cibernética, protegendo-as, inclusive, do aumento da sofisticação e credibilidade dos ataques proporcionados pela própria IA.


No caso concreto, por fim, as instituições de ensino do Reino Unido requisitaram que o governo apresente mais evidências a respeito de benefícios e prejuízos causados pela inserção da IA na educação; também há uma demanda dos educadores por mais treinamento e orientação sobre o uso seguro da tecnologia.


O governo britânico respondeu que está sendo preparado um painel de evidências científicas sobre o tema. Ele reunirá um grupo de especialistas para avaliar a qualidade das provas de que as ferramentas de tecnologia educacional têm um impacto positivo no ensino e na aprendizagem, com base em critérios previamente definidos. Essas evidências serão compartilhadas com o setor para apoiar e informar suas escolhas tecnológicas. Acompanhe nossas publicações e mantenha-se informado.

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