top of page

Um termômetro para o gestor educacional

Foi publicada a segunda edição do Indicador GEduc, pesquisa que revela, com base em dados coletados em todo o país, como os gestores educacionais estão lidando com temas relativos a inovação pedagógica, saúde mental, inclusão, uso de tecnologias, parcerias estratégicas e clima organizacional.


O material é bastante interessante para quem toma decisões institucionais e deseja estar atualizado com os movimentos do setor, desde a educação básica ao ensino superior.


Neste nosso texto trazemos um panorama do que foi extensivamente tratado na pesquisa, ou seja, o diagnóstico dos desafios das instituições de educação básica e superior no Brasil.


Sobre a técnica do levantamento do Indicador GEduc, ele foi realizado com 116 gestores educacionais de todas as 5 regiões brasileiras, sendo 40,5 do ensino superior e 59,5% do ensino superior.


Inteligência artificial – professores e alunos a utilizam de forma direcionada?


Esta questão foi trazida na pesquisa de maneira prioritária, considerando que o termo “Inteligência Artificial” foi considerado a palavra do ano 2023 pelo dicionário inglês Collins. Sabemos, de toda sorte, que a questão é a protagonista da vez e debates sobre metodologias inovadoras, habilidades socioemocionais e conhecimentos sobre ferramentas são assuntos de suma importância em todos os setores sociais.


A tecnologia já tem sido utilizada por estudantes e docentes e precisa ser abordada na sala de aula.


No caso da pesquisa, considerando instituições de educação Básica e Superior, 38,8% dos gestores afirmam que os professores e alunos fazem uso direcionado de inteligência artificial pela instituição, enquanto uma maioria expressiva de 61,2% ainda não tem utilizado a tecnologia.


A maior adesão é das instituições de Ensino Superior, com 44,7% indicando sua utilização, embora, no caso, a maioria ainda não seja adepta, com 55,3% das respostas.


No Ensino Básico, apenas 34,8% das instituições informaram fazer uso de IA, enquanto 65,2% ainda não adotaram a tecnologia de maneira formal. Na opinião do GEduc, por seu Conselho Consultivo, composto por líderes educacionais diversos, é necessário explorar e promover estratégias para integrar de maneira mais eficaz a IA na educação, garantindo que seu potencial seja aproveitado para melhorar a experiência de aprendizagem dos alunos e facilitar o trabalho dos educadores.


Parcerias da organização com outros segmentos


Neste tópico a intenção é conhecer se existem parcerias entre instituições de educação básica e superior, integrando e fortalecendo trajetórias para alcançar melhores resultados acadêmicos.


Para a GEduc, essa articulação é crucial, pois o processo educacional é contínuo e as instituições de ensino básico podem  começar a preparar os alunos para a vida universitária e o mercado de trabalho. Uma das formas de unir esses dois níveis de ensino é via parcerias para o desenvolvimento de ações conjuntas.


Os dados obtidos dão conta que 55,1% das instituições de ensino básico já implementaram parcerias colaborativas com organizações de educação superior, mas apenas 29,8% das instituições de ensino superior indicaram o mesmo nível de integração.


A curiosa diferença nas informações pode ser atribuída a vários fatores, como diferenças na estrutura organizacional, prioridades institucionais e cultura acadêmica.


Fato que é importante entender que a colaboração entre instituições de ensino básico e superior pode trazer benefícios significativos para ambas as partes, incluindo o compartilhamento de recursos, experiências e melhores práticas pedagógicas e que ainda há um grande caminho a seguir neste sentido.


A guerra do ticket é uma ameaça para sua instituição?


Vamos nos ater aos dados obtidos a respeito das instituições de ensino superior. Responderam negativamente à pergunta 48,9% das IES, enquanto 51,1% responderam positivamente.


De fato, conforme analisado na pesquisa, há muita concorrência no mercado, com grande  concentração em grandes grupos que atuam no cenário educacional, fazendo com que a “guerra do ticket” torne-se uma ameaça para instituições de ensino em geral.


O receio é grande na educação superior, mas os colégios também demonstram grande preocupação por esse movimento de descontos e valores cada vez mais competitivos das mensalidades.


O que se deve analisar a respeito dos números apresentados é sobre a importância crescente das instituições desenvolverem estratégias eficazes para enfrentar os desafios desta "guerra" e garantir sua sustentabilidade financeira, sem comprometer a qualidade educacional.


Sua instituição utiliza análise de dados para planejar ações pedagógicas e curriculares?


A análise de dados pode e deve ser utilizada para identificar tendências, avaliar o progresso dos alunos, identificar áreas de melhoria e informar a tomada de decisões estratégicas em diferentes aspectos da gestão educacional. A pesquisa do Indicador GEduc constatou que praticamente 80% dos entrevistados já utilizam o recurso para criar ações pedagógicas e curriculares.


A parcela que está fora, todavia, precisa se atualizar e, curiosamente, a Educação Básica se mostrou mais adepta à análise de dados no âmbito pedagógico do que a Educação Superior.


O dados mostram que 84,1% são respondentes do ensino báscio e 70,2% do superioor.


Sua instituição possui prática para educação especial e inclusiva?


A promoção da educação especial e inclusiva, como obrigação legal, deve ser prioridade nas instituições, acima de qualquer coisa.


Ao analisarem os resultados por segmento, foi observado que o ensino básico apresenta uma taxa mais elevada nessa implementação, com 84,1% das respostas afirmativas. No ensino superior, embora a maioria (59,6%) tenha indicado a presença de práticas estruturadas, ainda há uma parcela significativa (40,4%) que possui lacuna nesse aspecto.


Sua instituição possui uma política de proteção à saúde mental de professores e alunos?


A pesquisa do GEduc trouxe à baila um boletim do Instituto Unibanco sobre o tema saúde mental dos estudantes e relata que casos de depressão, ansiedade e agressividade crescem no ambiente escolar ao mesmo tempo em que as famílias relatam dificuldades dos adolescentes em controlar as emoções.


Vários trabalhos acadêmicos, por outro lado, demonstram que a saúde mental dos professores também está fragilizada, sendo um dos principais motivos a desvalorização como regra. São sofrimentos psicológicos oriundos da vida profissional ao invés da pessoal.


Neste ponto, é preciso a reflexão sobre o quanto a saúde mental dos educadores impacta diretamente na qualidade do ensino e no ambiente escolar como um todo, devendo os gestores buscar soluções que promovam um equilíbrio saudável entre as demandas profissionais e o cuidado pessoal. O professor precisa estar bem para auxiliar o jovem que não está bem.


Os resultados da pesquisa, infelizmente, revelam que apenas 59,5% dos respondentes gerais afirmam possuir uma política estruturada em relação à saúde mental de alunos e professores, enquanto 40,5% ainda não implementaram tal prática.


A porcentagem maior está instituições de ensino superior em comparação com as instituições de ensino básico. São 66% de IES  desenvolvendo políticas de proteção à saúde mental de professores e alunos. 


Conclusão


Implementar e aprimorar diversas práticas e políticas dentro das instituições de ensino para que se promova um ambiente educacional mais eficaz, inclusivo e saudável, é crucial.


Identificar as áreas onde os índices podem ser melhorados para potencializar o trabalho dos educadores e melhorar a experiência de aprendizagem dos alunos, buscando ações e estratégias que visem a saúde mental e a integração com a tecnologia é a resposta para tanto.


Cada instituição deve analisar em particular suas ‘pedras de toque’ e adaptar-se em busca de excelência.

 

 

ree

Gostou deste texto? Faça parte de nossa lista de e-mail para receber regularmente materiais como este. Fazendo seu cadastro você também pode receber mais informações sobre nossos cursos, que oferecem informações atualizadas e metodologias adaptadas aos participantes.

  

Temos cursos regulares, já consagrados, dos quais já participaram mais de 800 profissionais das IES. Também modelamos cursos in company sobre temas gerais relacionados ao Direito da Educação Superior, ou mais específicos. Conheça nossas opções e participe de nossos eventos.


No momento estão abertas as inscrições para nosso Curso sobre as novas regras do EAD. Entenda as transformações da modalidade desde a Lei de Diretrizes e Bases, de 1996, e conheça as perspectivas na área. Acesse e inscreva-se.

 

 

 

Comentários


bottom of page