A Pearson, empresa britânica de educação, divulgou o resultado de sua mais recente pesquisa, a Global Learner Survey, conduzida entre 28 de abril e 12 de maio de 2021, com uma amostra de 4.000 pais e/ou responsáveis e estudantes com idades entre 11 e 17 anos, além de 2.000 estudantes universitários de 4 países: Brasil, China, Reino Unido e Estados Unidos. As entrevistas foram realizadas online e os resultados em cada país são representativos com margem de erro de mais ou menos 2 pontos percentuais.
O estudo buscou analisar os principais impactos da Covid-19 nos processos de aprendizagem globais e de que maneira o acesso à internet reconfigurou o ensino como o conhecemos. A pesquisa na íntegra está aqui.
Pois bem, não é nenhum segredo que a pandemia COVID-19 tenha alterado de forma rápida e dramática o nosso mundo. À medida que as pessoas começam a ‘emergir da era COVID’, nas palavras da Person Education, o aprendizado e o crescimento pessoal têm sido um alento. Os resultados da pesquisa mostram o quanto as pessoas estão aprendendo com uma das lições mais difíceis que a sociedade moderna já enfrentou e que jovens mais resilientes podem estar sendo forjados neste exato momento.
Principais tendências nos países pesquisados – os resultados
Quase três em cada quatro entrevistados concordam que a pandemia fez com que os indivíduos fossem mais atenciosos e compreensivos uns com os outros; 83% dos pais dizem que seus filhos estão mais conscientes das dificuldades enfrentadas pelos outros; 90% das pessoas acreditam que o acesso à internet é um direito humano básico.
Mais de três quartos dos pais (77%) e 8 em cada 10 estudantes universitários (80%) estão otimistas de que a pandemia tornou esta geração mais resistente; dois terços dos estudantes universitários dizem que cresceram como pessoa.
Os pais veem o mesmo em seus filhos em idade escolar, com 64% dizendo que eles cresceram ou mudaram para melhor.
Dentre as principais novas habilidades percebidas em crianças estão a adaptabilidade, as habilidades digitais e a preocupação com os outros. Dentre as principais novas habilidades para estudantes universitários estão a automotivação, a adaptabilidade e a resiliência emocional.
Em geral, de acordo com a pesquisa, nós ganhamos empatia. A pandemia nos levou a uma difícil experiência humana coletiva que aflorou nosso senso de humanidade e compaixão, sendo que mais de três em cada quatro pais e estudantes universitários concordam que a pandemia fez com que as pessoas fossem mais atenciosas umas com as outras.
Interessante o número relativo às crianças: 83% dos pais dizem que seus filhos estão mais cientes das dificuldades enfrentadas por outros e 85% dos alunos universitários possuem hoje uma nova visão em relação à luta dos colegas.
Três quartos dos pais esperam que seus filhos se tornem mais interessados em questões sociais pós-pandêmicas, enquanto 67% dos alunos das instituições de ensino superior relatam já estarem mais interessados em razão do que experimentaram neste momento.
Educação, saúde e igualdade racial são questões importantes para todos os grupos e, muito importante, como já mencionamos, 90% das pessoas agora acreditam que o acesso à internet é um direito humano básico.
Educação e carreiras
A pesquisa demonstra que hoje pensamos de forma diferente sobre educação e carreiras: 68% dos alunos universitários percebem mais valor na educação do que antes; 72% deles sentem urgência em terminar seus cursos e 56% reconsideram as carreiras escolhidas. Tudo isto em razão e como resultado da pandemia.
Interessante que 45% dos estudantes do ensino superior passaram a cogitar carreira na área da saúde ou na pesquisa médica/biológica. Metade dos pais também afirmam que seus filhos estão mais interessados em áreas da saúde e em carreiras científicas.
Do total dos estudantes universitários, 69% dizem que cresceram como pessoa e estão mais motivados, adaptados e com resiliência emocional. 64% dos pais relatam que as crianças mudaram para o melhor, também estão mais adaptáveis, com mais habilidades digitais e preocupação para outros.
Níveis de estresse
Os resultados não poderiam ser diferentes quanto aos níveis de ansiedade: 63% dos pais/responsáveis e 69% dos estudantes universitários concordam que a interrupção
da educação presencial contribuiu para o aumento da ansiedade, níveis de estresse,
ou problemas de saúde mental, mas 7 em cada 10 pais e quase 6 em 10 alunos de cursos superiores acreditam que a recuperação destes contratempos não vai ser tão demorada quando a vida começar a ser retomada de forma efetiva.
O acesso à educação digital como direito humanitário básico
Quando a pandemia ressignificou os modelos tradicionais de aprendizagem, fez muita gente perceber que, frente às desigualdades sociais, o acesso à internet deve virar direito básico. Mais do que isso, a aposta é que o aprendizado on-line chegou para ficar.
Nós nos tornamos mais fortes e inteligentes e embora emocionalmente difícil, a pandemia também nos deu a oportunidade de criar uma versão melhor de nós mesmos: tudo isso de acordo com a pesquisa.
Realmente - e isso é uma constatação nossa - um dos mais importantes achados da pesquisa é que as pessoas reconheçam hoje que o acesso à internet e à educação digital seja um direito humanitário básico.
É que a pesquisa foi realizada em países muito diferentes entre si: Brasil, China, Reino Unido e Estados Unidos responderão de formas diversas ao que vem ocorrendo. E mesmo dentro de países em que a desigualdade social é menos perceptível, haverá alguma consequência a curto, médio e longo prazo.
Evidências mostram que as paralisações causadas pela pandemia COVID-19 provavelmente vão exacerbar as lacunas já existentes na educação. A pandemia Covid-19 dificilmente poupará povos ou países específicos. Cada um a sua maneira, uns de maneira mais gritante, outros mais sorrateiramente, todos terão arestas para aparar.
E não existem soluções em massa no trato dessas consequências, especialmente do agravamento das desigualdades sociais. O que deve ser considerado é o importante papel dos Estados, centrais na tarefa de garantia ao direito à educação – que inclui a educação digital -, direito social básico de todo ser humano.
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Enfim, os principais achados da pesquisa são:
O acesso à internet é um direito básico humano, sendo que haverá permanência do ensino digital mesmo com o arrefecimento da pandemia e normalização da situação geral: 87% dos pais e 87% dos alunos concordam que a pandemia transformou o acesso à internet como um direito social básico. No Brasil, esse número é de 83% e 86%, respectivamente.
O ensino virtual/híbrido veio para ficar: para 90% dos pais e estudantes universitários dos países consultados, o aprendizado online continuará sendo realidade, mesmo com o fim da obrigatoriedade do distanciamento social.
O futuro do trabalho foi impactado com a modificação dos ideais dos estudantes de diferentes idades. Há uma concordância de que as habilidades profissionais do futuro não serão as mesmas de hoje e as universidades e escolas precisam passar a dedicar mais tempo para disciplinar os alunos para as novas exigências do mercado.
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